Amantes

Vivi a morte ao ver a mulata passar

Os seus olhos cegaram os meus olhos

Seus lábios devoraram os meus lábios

E suas mãos a me tocar.

E o seu cabelo enrolado deseja me laçar

Mas passa minha negra e beija e beija;

O meu beijo a te beijar.

Vivi a morte perfeita

Límpido fez-se o meu sonho

Só quero sonhar:

Morte! Quero-te viva para me matar!

Confesso! Sou um amante.

E a tua dor de alegria inveja a sepultura

Você, minha negra, eu, sua cultura

Hoje farei para você um poema belo

E te devolverei os orixás

Mas esquece de tudo, mulata

Vamos sambar nagô, o (agogô)

E esperar o candomblé passar

E a viva morte, vivi num dia de domingo

Pois num beijo vivi a aurora

No meu desejo vivi minha cabocla

(senhora)

Uilson Silva
Enviado por Uilson Silva em 07/08/2011
Reeditado em 11/09/2011
Código do texto: T3144510
Classificação de conteúdo: seguro