SENTIMENTOS
O Teu andar desassossegado é um réptil
Enleando-se na minha imaginação.
Ardo em labaredas de delírio
Estrangulado por desejos decepados.
As curtas margens do teu corpo são insónias
Noites inteiras palmilhando rios de coragem
Morro aos poucos em cada dia que vives!
Numa agonia gélida e intemporal.
Tendo adivinhar nos soluços o teu retrato
Imaterial e ténue, esvaindo-se em nada
Às lágrimas acomodam-se na minha tristeza!
O meu pranto esgueira-se no vazio da tua ausência.
Amar é vegetar entre os arraiais da loucura.
Esmagado pelo peso da tua presença
Desfaço-me! Torço a raiva recalcada
Com lacónicos abandonos e consumição.