Primeiro amor
Desceu sobre mim um imenso vazio
Que me fez sentir como um pedaço de toco, oco e tosco
Me fazendo refletir sobre quem sou
E que caminho devo realmente seguir
Mas antes devo eu me despir
De tudo o que me faz infeliz
Revelando para mim mesmo que eu sou...
Digo então que sou:
O grito perdido ecoando no ar
Um funesto errante peregrino
Um infeliz deprimido bandido
Um homem covarde infeliz infiel
O buraco cavado no seio da terra vazio
O lixo que está encoberto aos olhos nus
Um fudido maltrapilho perdido, mendigo
A prostituta meretriz da rua,
De coração vagabundo de todo mundo
Oriunda de um caule sem raiz
Pragmático, dogmático
Contado, pesado encalhado
Mas arrependido pelos meus pecados
Um Jesus, um José, um Mané
Abnegado de minha vida sem sentido
Buscando um caminho alternativo
Sou a fera banida da selva
Escondida na terra
Sou o homem infiel camuflado
Sob a cortina de uma vida cretina vivida
Arrependido e confesso agora dos meus pecados
Quero mesmo meu regresso, quero encontrar minha lucidez
Que me leve a uma porta, que seja a saída
Para esta vida desprezível e maldita
Ser renovada e invadida pelo amor do pai celestial alcançado