Amor
Eu queria continuar sabendo
Que existem coisas que nunca saberei
Continuar na pureza de tudo
Ser criança, só
Me contentar com teu beijo pouco
Me satisfazer com a ausência e saudade
Mas hey, eu cresci
A maldade de tudo me tomou
Não sei mais a pureza de tudo
O início das coisas e onde acabam
O limite do mar... não sei
Passei a saber as coisas que não sabia
E isso aumenta o desejo de mais saber
Desejo pernicioso
Eu queria estar ociosa
E me contentar com teu beijo pouco
Com teu amor pouco
Que tão pouco faz por mim
Sem saber que muito me tem
Quanto mais eu vou, mais quero voltar
Voltar ao útero
Voltar ao antes
A alma pura e coisa e energia e sei lá que
Que já fui
Voltar a coisa pura
Não saber...
Porque o saber me mata
E me põe longe
Você me sabe tanto
E nem pode imaginar que estou cá
Na cama, me remexendo
A lágrima descendo
Querendo tanto você ao lado
Ah! Palavra não bastante!
Tenho fome do que não há
Tenho ganas de dizer palavra que não existe
Mas que me expressaria bem
A tal palavra que não existe
E que se aproxima do que você é
D que eu sou
Do que somos juntos, meu bem:
Amor.