Reconhecer o Amor
Amizade caminho desnorteante desordenado
Atuando como suporte um ombro suave
Para reclinar-se nas inquietações
Não podes pedir-lhe nada
Nem reclamas teu quinhão de luz
Deslumbrando aos olhos pensativos
Tem-se o prévio desencanto das uniões para toda a vida.
O amor dissolve o desejo de existir em face do mundo
Com o olhar pervagante e larga ciência
Enganar-me-ei fugindo ao amor
Deixando a desconhecer-te, ao receio de encarar-te
Não defrontarei ao mundo, nem nele me diluirei
Espada coruscante e imensurável poder de penetrar o sangue
Revelando um crisântemo de fogo e lágrimas.
Pura essência em que se transmuta dispensa
Referências temporais sobre imaginações oníricas
O vôo do pássaro chaves de ouro dos castelos e sonetos medievos
Imposturas da razão e experiência
Assim existir em si e sobre si por si
Toda revelia de corpos amantes
Pois já nem sou eu, nem nós, somos o perfeito número.