Dor

Doída provação...
Agora sei – o que é
Ser entregue a morte
Todos os dias (por amor á Cristo)!

Um grande amor tem que morrer;
Como uma semente ao chão
Pra então germinar o perdão.
A vida é o endocarpo da morte,
Que discrepância...
O que nascido da carne, é carne;
E o que é nascido do Espírito, é espírito!
Ora! No germinar da vida de Deus,
Em mim, - está o morrer de um amor,
Maior do que eu.
Como o fazes?
Não sei fazer morrer – um amor
Só aprendi a cultivar...

Amo-te, com intensidade –.
Na imensidão da eternidade;
E por te amar assim
Há uma tristeza profunda – em mim!
Lágrimas correm
Num rio que está no meu rosto
Caos na face – desfigurada, disforme.
Nos olhos – vazio e indiferente!
Ah! Deus... Cadê a alegria?
Tudo é oposto ao alegre, rosto –.
- De um coração sadio.

Ah! Semente,
Como foi que caístes aí?
Nesse solo, arraigando-te!
Por tantos anos, ocultaram-se:
Teus troncos, teus frutos, teus ramos.
Mas, a cada tempo fixavam-se.
Mais e mais as tuas raízes.
Agora, que faço?
No nada ando – fraquezas
Vão alem – sem resistir...
Entrego-me ao poder
Do amigo Espírito Santo,
Fiel, consolador – o vencer.
Amor que assiste meu desalento
Sua esperança, meu fortalecer.
Entrego-te minha dor:
Em fazer morrer esse amor!