Sei Lá...

Despejei uma concha de feijões
Sobre o tabuleiro de xadrez.

O erro foi meu: ! roubei minha vez!

É que a rainha estava faminta
A Gesebel careca que vivia !Destinta!
Numa torre subterrânea: Seu poço...
Mais raso que a pele
De uma astronômica salmonela

Poço de boca sempre aberta
Pintada por ela
Com o invisível batom da água incerta



Que cheirava a caviar
E era,

No entanto,

! Amortadela!

E, então, nesse jogo planeado
A conselho dos “bispos”
Dizimei para o “rei”
Que era corno e eu sabia

Mas eu não lhe contei...

E do único nada:
Um pão que restou...

Alimentei aos peões
E dei bóia aos cavalos
Como fiz? Sei talvez...

Tive muitos resvalos...

Realmente não sei...

Mas, “no meu xadrez”

Sou “Peão quatro preso de Rei”...

E nas noites da vida eu sigo pensando:
Se apenas foi isto que pude aprender
Nestes quatro mil anos em que estou a morrer
E de quantos mais segundos imprecisos preciso
Na potência “n”, ou na dos inventados infinitos ou do endividado “PI”
Para novamente acreditar
Que é possível ao Amor nadar
Como nadam os velhos mosquitos
Entre o hidrogênio e o oxigênio
Nas águas da separação.

Não sei, não...

Só sei que preciso
Mesmo que imprecisamente saber
Se para viver
É preciso tanto
Morrer...


Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 11/09/2011
Reeditado em 18/12/2011
Código do texto: T3214064
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