No silêncio da noite

Maria Antônia Canavezi Scarpa

A noite tem um silêncio diferente

quando os motivos para senti-los vêm,

acompanhados de recordações proibidas,

ela passa a dançar com frenesi

como se os pecados estivessem caindo pelo ar.

Os olhos ficam abertos

se deliciando com os sons lúdicos,

incorporados a escuridão, debruam notas,

tudo se movimenta ao toque da ilusão,

e como mãos de fada vão roçando tudo.

A imaginação fértil delicia-se

explora o inimaginável até materializar-se,

desprendendo um agradável olor,

nas chispas que os devaneios formam,

ao espalharem seus risíveis fragmentos.

O cérebro é uma imensa fábrica de sonhos,

dia após dia burila novas invenções efêmeras,

permitindo que as utopias alimentem o ego,

até os veios vitais dos sentidos, permitirem

que o coração acelere seus batimentos.

Quando este sangue fantasioso e afável,

instigar e descompassar as artérias à devanear,

vai deixar à noite expor suas verdades

até serem desgarradas pelos ventos,

impelidos a fantasiar...

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 14/09/2011
Código do texto: T3219828
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