O BÊBEDO

maria helena sleutjes

Estamos sem conhaque, Amélia.
Como estacionar a vida
sonâmbula
sem conhaque, Amélia?

Este gosto que vem
da incógnita de gestos
é amargo, Amélia.
É sequência de rumos
sem amor.

Convidei a lua
para tomar conhaque.
Que lhe direi
quando a vir
de minha janela?

Amélia,
precisamos de conhaque.
Evadir...Sonhar...Amar...
Quantos seres mitológicos
num cálice!
Transbordam risos,
mutações...Milagres da bebida...

Faz bem beber, Amélia.
É fria a noite das lembranças.
Só o conhaque
me traz o calor
que me liberta
dessa vida de contrastes,
e apaga
estas formas nostálgicas
de saudade...
Maria Helena Sleutjes
Enviado por Maria Helena Sleutjes em 20/09/2011
Código do texto: T3231444
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