QUANDO ADORMEÇO NO IMPOSSÍVEL

Falou-me em dado instante um eco sussurrante de loucura

Que nessa câmara escura, talvez pudesse eu sonhar com tua luz

E tocar a carne daquele anjo que me conduz no auge da ternura

Em meio ao sonho da amargura por tanto amar a quem não faço jus!

Disse ao meu surto de agonia que eu poderia desde então me enganar

E crer que ao despertar, a luz do sol com seu sorriso chegaria

Que beijaria tão desprezada boca que há muito sonha te beijar

Que no meu corpo se permitiria viajar e dele se alimentaria!

Gritou em alta voz nos estampidos inaudíveis do silêncio mais gritante

Trazendo o teu semblante no vento frio que agredia a janela

Delineou com sua insana aquarela as quentes cores desse anelo delirante

E fez desse minúsculo um gigante, em tão fulgurante e iludida tela!

Tão bom é despertar assim que te procuro adormecido

Pois lá tenho vencido a guerra que por cá somente me aniquila

Bem sei que é um universo de argila, castelo que jamais foi construído

Mas é assim que tenho possuído um certo amor que não me execra e nem destila!

*****************************************************

Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 26/09/2011
Reeditado em 27/09/2011
Código do texto: T3241500
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.