ENCONTRO
Cada qual de um lado do rio,
sem ter jeito de se encontrar.
Se ao menos encontrasse um cipo, um fio,
ou então soubesse nadar.
Mas nada naquele momentro se tinha,
eu sozinha do lado de cá
e ele abandonado do lado de lá.
Os pés doendo de tanto andar
e nem um jeito de as mãos se dar.
A fome assanhada aumentando
e a sede de beijos nos matando.
Por um instante peixe quis ser
só para ser fisgado por você.
De repente, uma viela mal feita,
mas naquele momento perfeita.
O problema resolvido
e nós dois juntos de um só lado do rio.
Foi como cair num abismo de vontades
esquecendo a queda e suas consequências,
Mãos sedentas de carinho quebrando grilhões da sanidade
e o desejar insolente dos amantes
enlevados com o clamor do vento
se fez felicidade...