TU

José Ribeiro de Oliveira

Tu, que antes, para mim nada era

Tu, alheia ao vazio da minh'alma

Tu, em cujo mundo eu não habitava

Tu, que em plano algum da vida me inseria

Tu, que o meu nome jamais chamaria

Tu, que se eu morresse sequer saberia

Tu, que morrerias sem jamais me ver

Tu, que em olhar algum me encontraria

Tu, que nem em sonho me imaginaria

Tu, que a um outro é que pertenceria

Tu, que minha lágrima não derramaria

Tu, de quem saudade eu nunca sentiria

Tu, em cujos braços eu nunca deitaria

Tu, que em meu colo eu nunca sentaria

Tu, de cujo cheiro eu não desfrutaria

Tu, cuja boca eu nunca beijaria

Tu, bela mulher que eu não conheceria

Tu, de cuja descendência eu não participaria

Tu, por quem na vida eu jamais choraria

Tu, cuja família eu conheceria

Tu, que vivendo ou morrendo não me afetaria

Tu, que chorando ou sorrindo eu jamais veria

Tu, para quem eu jamais sorriria

Tu, que nas tuas dores de mim não lembraria

Tu, Para quem o meu afago eu não daria

Tu, cujo carinho eu nunca sentiria

Tu, que nos meus planos não existiria

Tu, que em noite fria não me aqueceria...

Tu, que agora divide o meu leito

Tu, que agora sente o calor do meu peito

Tu, que rege a força do meu coração

Tu, que acabaste com a solidão

Tu, que está presente em toda a minha vida

Tu, que me divide quando há despedida

Tu, que nada eras e que agora és tudo

Tu, que se fez dona desta minha vida

Tu, que agora manda e desmanda em mim,

Me faz sentir que sou feliz assim.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 05/10/2011
Reeditado em 05/10/2011
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