RIDÍCULA

Mas, afinal,

Só as criaturas que nunca escreveram

Cartas de amor

É que são

Ridículas.

[Álvaro de Campos]

Meu amor, eu te amo...

Não como quem ama em equilíbrio,

Ou como quem ama em concerto...

Como quem escolhe o seu amor,

Não, amado, não te amo assim...

Eu te amo diferente...

De um jeito tosco, assim...

Particularmente,

Ridiculamente,

Por que amado, o amor não é ridículo,

Mas ele nos deixa ridiculamente ridículos.

E assim, amado, eu te amo...

Como quem ama a insensatez,

Por fora te exibo o sorriso da dama

Por dentro sangro a minha estupidez

Te amo como quem ama em desalinho

Por linhas tortas e dissonantes

Correndo sempre em tua direção,

Amiúde e devagarinho...

Te entrego pouco a pouco

Parcos pedaços do meu coração.

Alessa B
Enviado por Alessa B em 20/10/2011
Reeditado em 21/11/2021
Código do texto: T3288887
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