Olhos de mel

O amor que te dei,

As esperanças que jamais esqueci

Mesmo diante do Mundo Cão,

Nossos planos mal traçados,

Nossa realidade mal trajada,

Nossa inocência ferida,

A pureza de meus lábios...

Tudo se foi com suas palavras derradeiras.

Tudo perdemos diante da fatalidade inexorável.

Mas tudo ganhamos diante do tempo eterno.

Ou a luz divina, ou o nada existencial,

Porém, consolou-me.

Trouxe-me alguém com olhos de mel.

Olhos doces, sinceros, envolvidos por mistério.

Olhos indecifráveis...

Ou a meus olhos incapazes de ver,

Ou ao mundo impróprio para desvendá-los.

Olhos que trazem sossego à pobre que esmola (carinho).

Olhos que trazem dor à pobre que ama (sem saber).

Por onde andei busquei amor.

Amor casto antes de paixão devassa.

Amor sereno antes de paixão fugaz.

Amor iluminado antes de paixão baixa.

Amor contente antes de paixão inquieta.

Simplesmente amor.

Encontrei-o no seio divino.

Procuro-o entre os homens,

Procuro-o em teus olhos...

Olhos de mel.

O que me pedem é tempo.

Tempo para semear...

É tempo de plantar meu coração em nossa luz.

Tempo para cultivar...

É tempo de buscarmos no próximo solução para nossas limitações.

Tempo para regar...

É tempo de traduzirmos em palavras nossos sentimentos bons.

Tempo para crescer...

É tempo de valorizarmos as experiências passadas.

Só então será tempo de colhermos nosso amor... Olhos de mel.

Colibri
Enviado por Colibri em 27/12/2006
Código do texto: T329473