Fogo ancestral...

Tem algumas noites sigilosas sobre pétalas de rosas abertas.,onde a minha infância desperta soando como uma locomotiva à deriva,expondo à meia noite,o meu dorso nu para os açoites dessa intensa magia,sigilos em cascata,tesão psicopata,ensimesmamentos de inverno,mas,sem prantos eternos,fugazes amores piratas,audazes conversas como o silvo de chibatas por entre as folhagens e um riso que se estende até o siso, contrapondo-se ao presente,às lascivas imagens de minha imaginação impudescente.Minhas mãos acariciando os seus cabelos e arrepiando os seus pelos iridescentes,não importando a hora,do nascente ou poente,sua mão no meu peito,acendendo a minha alegria,o amor abençoando o nosso leito,despertando as vozes da ventania.

Sobre os meus olhos incendiados,distante de mirantes amargurados,vaga a vertigem do espírito da minha adolescência,desde uma ancestral escravidão no Egito,até essa atual demência.Taças meio cheias,com olorosas bebidas selvagens,onde a lua nos incendeia com a sua espionagem.Universos de nebulosas .Por onde você andará,peregrina dos caminhos do amor palpitante que velou ate os dias de hoje o meu sono lembrando nossos beijos na chuva?Enquanto outras ouviam gritos de curra,e a surra dos gritos do trovão?Acendendo chicotes de fogo na escuridão???Aonde andará você minha sacerdotisa dos rituais sagrados do amor,depois dos granizos no teu para-brisas,acossada por pesadelos sobre-humanos,sagrados e profanos,repousando em meus braços a sua dor e a superação de todos os enganos???/se confundindo na escuridão das vinhas de fogo???Você permitiu que a cancão do planeta,calasse o capeta,tocando aquela nota que nos desatina/depois do encontro na viela,depois da esquina,um verso de blues assim ti ilumina,e ti resgata para uma beleza,de quando a lua está prata,construída compasso a compasso,no espaço,de uma nota despencando do telhado/depois de todo o barro por um caminho tão trilhado,à beira da ferrovia,enquanto, AS BACANTES celebram com toda a orgia ...e não mais tragam na alma feridas não cicatrizadas,reencontrando uma medida sagrada,através dessa neblina aonde esses subterrâneos asilam apenas almas atormentadas.

BARTHES
Enviado por BARTHES em 24/10/2011
Código do texto: T3294797
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