Entretanto, o Amor

Não mais me surpreende a hipocrisia humana

Mas é ainda uma grande ofensa

Tudo o que se presencia nessa vida,

Às vezes, tão grandemente desumana.

Fala-se tanto da alheia aparência

Diminuindo-a em relação à própria beleza

Esquecendo-se de que o Belo é relativo

E de que o exterior é casca e vira excrescência.

Critica-se tanto as mais diversas alheias atitudes

Da escolha de um penteado à opção sexual

Esquecendo-se de que o livre arbítrio é legado divino

E compreender e aceitar as diferenças são belas virtudes.

Porém, mais longe delas que dos vícios está a humanidade

Enxergando apenas o próprio umbigo

E fechando os olhos para o que há ao redor

Ruma, indubitavelmente, ao nada da infelicidade.

Deseja-se tanto ao menos ser ouvido

Mas não se ouve sequer o que está ao lado

De que forma então se pode querer algo

Se não se concede o que a si se quer concedido?

Entretanto, no meio de tanta miséria e desgraça

Há uma luz que teimosa brilha na escuridão humana

É a luz do Amor que mantém viva a esperança

De que um dia seja Dele merecedor a humana raça.

Cícero

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 29/10/2011
Reeditado em 29/10/2011
Código do texto: T3304542
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