RENATA

Renata e eu

temos segredos escancarados:

todos podem ver,

basta abrir os olhos.

Renata e eu

somos mais que amigas:

somos irmãs de fogueira,

amantes de alma.

Fugimos

para sonhar uma com a outra.

Deitamos

para não descansar.

Renata e eu

somos cúmplices em um amável crime:

matamos o desejo

uma da outra.

Renata e eu

nos despimos mutuamente

e, ao sentir sua língua

em meu ventre,

entendo tudo

o que ela quer dizer.

Dirão que não é amor,

que não há amor

entre mulheres.

Mas como explicar

essa infinita ternura

que brota em nosso espírito

após a explosão do gozo?

Renata e eu:

uma só carne.

Viviane Rolando
Enviado por Viviane Rolando em 29/12/2006
Código do texto: T331010