CREPÚSCULO

Tenho e tento desvencilhar-me de meus medos

Pois sonhos e desejos sempre se entrelaçam

E o tempo e a distância tornam-se fosso de incertezas

Indutores de fantasmas que assolam o coração

Deixando-me atado as amarras de teus grilhões

O tempo é insolvente intrínseco e paradoxal

E a perda de um segundo pode me ser assim drástico

Perdido que estou no espectro de tuas confluências

Desesperadamente tentado a tua existência lograr

Mas sinto que de teu meio sou totalmente forâneo

E me apego ao sonho de um dia atracar em teu estuário

Mesmo sabendo das dificuldades desse meu desiderato

Pois o que sinto por ti é algo imorredouro e não fátuo

E no íntimo de meu ser sei que fui por teu ser colimado

No amor sempre houve e haverá períodos contenciosos

A superação desses mesmos períodos merece todos os encômios

E faz com que a verdadeira vontade supere essas prebendas

Mas talvez eu não deva me imiscuir tanto em teu dia a dia

Pois não desejo ser o desvirginador de tua irrestrita liberdade

Sabedor que sou de toda nomenclatura desses tempos hodiernos

E o crepúsculo de tal momento é o causador de meu medo Mor

Mas tenho em mim a certeza que por ti todo meu querer ira mourejar

Pois o que sinto por ti tem em si um querer naturalmente insofismável

Então devo compreender que entre nós há momentos intermitentes

Mas sei também que apesar desse anacronismo meu amor é ingente

E não irei permanecer na sobra das ações do imensurável acaso

Pois assim buscarei tornar esse meu amor por ti inconsútil

Assim além dos olhos lemos com nossa intuitiva imaginação

Pois quando amamos profundamente nada é então inadmissível

A não ser quando não nos entregamos incondicionalmente

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 11/11/2011
Reeditado em 11/11/2011
Código do texto: T3330465
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