LAMPEJO

Um naco

De alegria

Pulsa doído

Latejante

No abismo infinito

Da solidão

Uma faísca

De sol

Broca de luz

Na noite eterna

Nauseante

Como um manto

Um susto

De brisa

Lufada de cor

No cinza

Nauseabundo

Desesperado

Imerso

Em minha própria

Abissalidade

Nas profundezas

Da pressão ancestral

Da eternidade

Livre e solto

No vazio

Da certeza da morte

Preso apenas

Pelo sangue injusto

E o grilhão do oxigênio

Sentado

No banco da praça

Sozinho

Eu e a lágrima

Você passa

E olha pra mim...

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 14/11/2011
Reeditado em 14/11/2011
Código do texto: T3334735