LAMPEJO
Um naco
De alegria
Pulsa doído
Latejante
No abismo infinito
Da solidão
Uma faísca
De sol
Broca de luz
Na noite eterna
Nauseante
Como um manto
Um susto
De brisa
Lufada de cor
No cinza
Nauseabundo
Desesperado
Imerso
Em minha própria
Abissalidade
Nas profundezas
Da pressão ancestral
Da eternidade
Livre e solto
No vazio
Da certeza da morte
Preso apenas
Pelo sangue injusto
E o grilhão do oxigênio
Sentado
No banco da praça
Sozinho
Eu e a lágrima
Você passa
E olha pra mim...