[por vezes esqueço-me do dia]
Apresentando O Transversal
“La Folie... e caminhar então... finalmente...”
...
por vezes esqueço-me do dia
que segue a noite,
cegueira passageira onde as palavras
se sentem tateadas,
[mas...]
… a noite regressa, e, regresso-me
do esquecimento.
…
por vezes quero o esquecimento,
somente o esquecimento,
e nos sonhos que se seguem,
toda a cor se revela, e as faces
brincam por entre as névoas,
florescem outras florestas
sem demônios, adamastores,
bojadores, anjos negros.
…
[E sinto sempre o mar, o [a]mar].
…
Gritos ao longe não ecoam
nos olhos vendados que se querem
descobertos na noite, repasto
das sombras,
…
por vezes restos de mim passeiam,
por entre os lírios sem sombras,
por vezes espero-te, ansioso,
...
[numa baia do mar Atlas, ansioso...],
...
ansiedades dos reencontros que se querem
dia de sol,
[mas]
…
[mas]
que desaparecem com as chuvas de outono.
…
Por vezes queria um poema,
que me fizesse esquecer o verso,
as palavras repetidas...
...o amar.
[mas …jamais o mar...].
E caminhar então... finalmente...