EROS: A CARNE

A carne fragiliza o espírito,

que, sem um lar seguro,

divaga pela madrugada.

Busco teu corpo na memória,

busco o teu cheiro de mato,

busco o tempo a mais

que a vida me promete.

Entro em teu quarto.

Dormes e sonhas,

no cansaço intrínseco

a um dia de luta.

Amanhã estaremos juntos

e, de mãos dadas,

cruzaremos o jardim

e cairemos na cama de flores

criadas por minhas mãos.

Rolaremos apaixonados,

animais em festa,

pássaros dançando no céu.

De tua boca, extrairei

palavras de paixão

e beijos aflitivos.

Irás tirar de mim

a energia necessária

para um dia de luta.

E seremos o fogo

que aquece o dia.

A carne fragiliza o sono

e sinto os teus dedos

em minha fresta sutil.

A minha mão é a tua,

a saudade me rói,

mas, por amor,

penso que estás aqui.

E o gozo vem pleno,

mas imperfeito.

Viviane Rolando
Enviado por Viviane Rolando em 02/01/2007
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