Náufrago da vida . . .

Sinto-me um náufrago, perdido, num barco sem vela, sem leme

Despedaçado, açoitado contra as rochas, pelas ondas do mar

Por mais fé, por mais convicção, qualquer ser comum ali treme

E ao perceber-se vivo, com medo, agradece aos céus a chorar

Hoje sou eu esse náufrago, que vê revolto, o mar da sua vida

Antes, de tão calmo o meu mar, fôra misto de prazer e agonia

Na sua beleza e imensidão, eu via meu mundo, a minha guarida

Nas tuas noites, sob os reflexos da lua, partilhei amor e alegria

Perdi tudo, o meu barco, meu mar, minhas noites, meu mundo,

Em fração de segundos, tudo se foi, restou-me a interrogação

Porque DEUS tanto perdi, eu que alimentei bons sentimentos

Uma voz me alerta nesse momento, ainda é teu, o teu coração.