Sobre os que amam
Os que amam vivem em paradoxos
Ora são cordeiros e ora são lobos
Quando cordeiros se deixam ensandecer
Pela fúria insana e enciumada dos que pensam se proteger
Prendendo o objeto do seu querer
Quando lobos são frágeis, submissos e até mesmo omissos.
No entanto, tudo na vida é cara e coroa
E com o amor não é diferente
Há nele sorrisos frios e lágrimas calientes
Assim como carinhos e ciúmes decadentes
Os que amam são tolos e loucos
Porque se deixam dominar
E são mais tolos e loucos ainda
Porque dominando ferem a coisa mais linda
A que se costuma chamar de liberdade
Mas tudo que faz parte da vida é assim
É preciso o fel e é preciso o mel
Para que o equilíbrio esteja de sentinela
E o amor, bem, o amor faz parte dela
E os que amam apenas vivem
Sorrindo ou chorando, apenas vivem.
Cícero