O poeta à amada à hora de sua morte

Perdoa-me querida

A minha fraqueza

Quis-te toda a vida

Mas não tive de lutar a destreza

Hoje se aproxima a morte

E não a tive em meus braços

Triste de sina e de sorte

Não pudeste me abraçar e perdi da vida os laços

O símbolo que usas agora

De alegria ou de luto

Impede-me de nesta hora

Declarar-te o meu amor bruto

Não enxugues as lágrimas minhas

Nem as tuas deixe cair

Deixem que caminhem sozinhas

E a agonia que estou a chorar em teu rosto não deixes refletir

Morreu o poeta isto dizendo

E seu ego em conflito

Liberta-se num grito horrendo

Daquele, que medo tivera de amar, amor infinito

Então num momento de loucura

Pegou a amada uma vara e entre

As árvores da amargura

Ao amado foi buscar perfurando o próprio ventre

Cícero

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 20/11/2011
Código do texto: T3346439
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.