O poeta à amada à hora de sua morte
Perdoa-me querida
A minha fraqueza
Quis-te toda a vida
Mas não tive de lutar a destreza
Hoje se aproxima a morte
E não a tive em meus braços
Triste de sina e de sorte
Não pudeste me abraçar e perdi da vida os laços
O símbolo que usas agora
De alegria ou de luto
Impede-me de nesta hora
Declarar-te o meu amor bruto
Não enxugues as lágrimas minhas
Nem as tuas deixe cair
Deixem que caminhem sozinhas
E a agonia que estou a chorar em teu rosto não deixes refletir
Morreu o poeta isto dizendo
E seu ego em conflito
Liberta-se num grito horrendo
Daquele, que medo tivera de amar, amor infinito
Então num momento de loucura
Pegou a amada uma vara e entre
As árvores da amargura
Ao amado foi buscar perfurando o próprio ventre
Cícero