Na candura das palavras
Águida Hettwer


Cai à tarde, escurece lentamente,
O ar circunda o perfume das flores em aroma envolvente,
Marcas encravadas teimam a sangrar vorazmente,
Pisando em tapete de estrelas sem olhar para trás, prossigo.


A alma em atrito geme gritante por dentro
Na candura das palavras, sobrepõem a duvidar,
Coração renomeado luta para não se intimidar,
Na cumplicidade do momento.


Na faísca do teu olhar, navego,
Decifro teus mistérios e emoções
Na alquimia das canções,
Descrevo teu ego.


Sorvendo gotas de sereno, doces carícias,
Embrenhando de amor entre a ramagem,
Nas garras da nostalgia, tua imagem.



03.01.2007