A poesia fala para falar de amores

A poesia fala de mim

E de você

Ela fala de um nó

E também de nós

Ela fala do que fizemos

Fala do que fazemos

E do que não fizemos

Fala do que gostaríamos de ter feito

E não fizemos por simples falta de coragem

A poesia fala de sonhos

Fala da vontade de ir embora

Da vontade de chegar, ficar

E de nunca mais partir

A poesia fala de um tempo

Do tempo de criança

Do balanço na varanda

Das brincadeiras de roda

Dos bolinhos de chuva

E do tempo em que ainda se contava estórias

A poesia fala daquele lugar

Onde nascemos, crescemos

De onde fugimos

E resistimos em voltar

A poesia fala daquela festa

Daquele passeio de moto

Naquele Sábado

De liberdade

A poesia fala do primeiro amigo

Do primeiro abraço

E do primeiro amasso.

A poesia fala da primeira vez

Na montanha russa

Da primeira viagem

E da primeira noite sozinha

A poesia fala, discretamente

Daquele indiscreto beijo

Do inesquecível gozo

E da inevitável saudade

A poesia fala assim

Na sua espontaneidade

De romance

De alegria

De encontros

De esperança

De tristeza

E dor

Que rima com amor e calor

E sem pudor

Ela fala de lágrimas

Da saudade apertada

Do coração machucado

Dos amores antigos

E dos eternos amigos

A poesia fala para falar de amores

Dos frustados

E passados

Dos impossíveis

E inesquecíveis amores

A poesia fala e fala também

Daquele amor

Intensamente vivido

E fala sempre

De modo discreto

Reservado

Meio tímido

E acanhado: eu te amo para sempre

Ou do “eterno enquanto dure”

Silvia Santana
Enviado por Silvia Santana em 03/01/2007
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T335443
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