Versos de amor
Para o tempo e eu sento
E me traz o ágil vento
No seu conturbado relento
A saudade.
É minha luz o teu perfume
Cujo imenso lume
Faz-me sentir no cume
Da felicidade.
Nem mesmo a chuva fina
Dos meus lábios – oh, menina -
Tira teus beijos de felina
Em tenra idade.
Que mesmo na noite escura
Sem pedir nem dizer alguma jura
Mostra-me com imponente ternura
A tua lealdade.
Tornam-se hoje esperança
Aqueles sonhos de criança
Que um dia serão lembrança
Da simplicidade.
Conservemo-nos porém em harmonia
Meu bem – diante da dor e da alegria
Para que essa nossa fantasia
Seja realidade.
Creiamos meu amor no momento
Na grandeza desse sentimento
E no nosso real intento
De amarmos de verdade.
Não façamos do passado dura legislação
Nem do futuro uma cruel obsessão
Dando assim ao nosso coração
Uma oportunidade.
Mas não nos esqueçamos da vida
É ela que nos dá a chegada e a partida
Que nos dá a sede e a bebida
E a ambigüidade.
A ambigüidade do Bem e do Mal
Do açúcar e do sal
Da razão e do emocional
E da liberdade.
Cícero