Ao entardecer

Partiu meu amor ao entardecer

Fez-me feliz e fez-me sofrer

Oh, ventos, por que ele foi?

Foi procurar outras paradas

Já cansou das brigas marcadas

Por isso ele foi!

Partiu meu amor ao cair da tarde

De saudade meu peito arde

Oh, ventos, por que ele foi?

Foi sentir outros perfumes

Cansou-se de tolices e ciúmes

Por isso ele foi!

Partiu meu amor ao entardecer

E partindo me fez sofrer

Oh, ventos, o que faço eu?

Vai atrás, te arrependes

Mostras que também aprendes

É isso o que faze tu!

Partiu meu amor ao cair da tarde

Por ter queimado o coração já não arde

Oh, flores, o que faço eu?

Se amas, segues os naturais odores

Acha-o e curem-se das dores

É isso o que faze tu!

Levem-me então, oh, ventos vespertinos

Para que sem medo de animais ferinos

Eu possa ir ver o meu amor!

Não! Quem ama enfrenta os medos

Guarda e conta seus segredos

Senão não é amor!

Guiem-me então, oh, flores da global esfera

Para que não seja longa e penosa espera

E logo eu possa ir ver o meu amor!

Não! Quem ama segue seus instintos

Confia em si e sai de labirintos

Senão não é amor!

Digam-me então, oh, forças naturais

Em coro de vozes angelicais

O que é o amor?

Sorriste e choraste e não viste nada

A vital antítese eternizada

É isso o que é o amor!

Cícero

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 25/11/2011
Reeditado em 25/11/2011
Código do texto: T3355940
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