Portas, janelas, cama e paixão.

Fecho os olhos

ao curso de embriagar-nos.

Fechados os mantenho

e estamos inebriados,

um do outro; eu de você.

Fechados ao mundo

é o que estamos, fechados.

Fechados lá fora,

todos que não podem sentir;

entrar não poderão.

Fechados aqui, eu, você.

Dedos cruzados feito grades.

Feche-os ainda, os olhos.

De mãos presas os corpos unem-se;

as almas flutuam acima.

Fecharam-se os olhos

de todos os superiores.

Fechamo-nos, um ao outro,

no etéreo e disforme sentimento;

lindo, dançante, indescritível deveras.

Feche os olhos,

feche as portas e janelas.

Fecho os meus, não quero abri-los;

tanto menos os olhos que as portas,

uns para não ver, outras para não deixar,

Você partir.

Vinicius de Andrade
Enviado por Vinicius de Andrade em 28/11/2011
Código do texto: T3360726
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