Portas, janelas, cama e paixão.
Fecho os olhos
ao curso de embriagar-nos.
Fechados os mantenho
e estamos inebriados,
um do outro; eu de você.
Fechados ao mundo
é o que estamos, fechados.
Fechados lá fora,
todos que não podem sentir;
entrar não poderão.
Fechados aqui, eu, você.
Dedos cruzados feito grades.
Feche-os ainda, os olhos.
De mãos presas os corpos unem-se;
as almas flutuam acima.
Fecharam-se os olhos
de todos os superiores.
Fechamo-nos, um ao outro,
no etéreo e disforme sentimento;
lindo, dançante, indescritível deveras.
Feche os olhos,
feche as portas e janelas.
Fecho os meus, não quero abri-los;
tanto menos os olhos que as portas,
uns para não ver, outras para não deixar,
Você partir.