O voo da Fênix / Mim e ti
O VOO DA FÊNIX
Vai, Fênix! Abre tuas asas flamejantes
Sacode-as, mas antes levanta-te, majestosa
Das cinzas de que ressuscitaste gloriosa
E alça voo rumo aos sonhos dos amantes.
Vai, Fênix! Não percas tempo nesta terra-coração
Que mais uma vez de morte gravemente te feriu.
Parte às alturas que teu Desejo nunca atingiu
E vai ser feliz longe da minha solidão.
Vai! Vai! Não queiras mesmo amar por piedade
A dor de tua partida vai findar-se um dia
Cicatrizando assim a ferida que há muito se abria.
Porém, não te esqueças de que teu voo de liberdade
Dura até o próximo temporal antes da bonança
E de que teu nome é Amor, irmão siamês da Esperança.
Cícero – 29-11-2011
MIM E TI
Preciso perder-me de ti para encontrar-me em mim
O problema é que mim está em ti
Mas ti de mim já partiu.
Assim, perdido de mim e desencontrado de ti
Sigo pela vida perambulando
Por caminhos que se encontram
E desencontram infinitamente.
Um dia, quem sabe, mim esbarra em ti
E desencontradamente nos encontremos.
Cícero – 29-11-2011