Prelúdio

E não mais que de repente

Passa-se a querer não em doses

Não como prescrição

Apesar de seres minha cura

E não mais que de repente

Passa-se a criar teu rosto em cada esquina

Não em qualquer espírito

Apesar de levares o meu ao beijar-me

E não mais que de repente

Passa-se a distribuir “dias bons”

Não livre da neblina que tua partida deixa

Apesar de só me olhares e clareares qualquer espaço em mim

E não mais que de repente

Passa-se a não passares

Não por não quereres mais

Apesar dos polos contrários

Mas te puxo, te prendo

Não aprisiono

Na liberdade te fazes minha

E não mais que de repente

Tu achares vazio demais ser livre só

Diz que me queres

Pois te quis antes mesmo do prelúdio

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 06/12/2011
Código do texto: T3375060
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