Amor sem palavras

ela é este sentimento deificado

um milagre de pernas

um canto do pássaro ainda virgem

a memória de um Deus ainda insone

ela é privilegiada: uma pedra em ouro

um diamante azul

uma prata em meio ao rio que geme na poluição

uma gigante capaz de tocar as barbas de Deus

é sábia como ela só

ávida de tudo e de todos

resignada, resignificada, deificada como poucas

adorada e amada como ninguém

sincera anuncia sempre o que será

serena como a princesa no lugar

sensual como uma puta da noite

soberana como o policial em pernoite

é um mundo em vários

cheio de cores

repleto de sabores

vários humores

atraente até no andar

vai pisando como em nuvens a amassar

No sorriso um desejo no voltar

pois nos olhos provoca sentimentos que é melhor respeitar

lembro de minha (sua) pele arrepiada

a boca aveludada

toques no meu (seu) rosto não me deixa esquecer

aquela noite que não deveria amanhecer

a(Deus) a pessoa amada

pronta para ser devorada

mordida, acalmada, abraçada

e religiosamente adorada.