NOSTALGIA

NOSTALGIA

Dói sufocar as aparências

desta nossa vida

que, por tão repartida

não chega a ser vivida

O vento deixa

cicatrizes

deste espesso lado

onde as saudades

são como mastros

dolorosamente inclinados

em suas raízes

Peço a Deus

e aos astros

confluências divinas

que nos encontrem

no interior do tempo

e da felicidade roubada

Morro de nostalgia

subalimentada de amor

o mesmo que ser e não ter

O que vale, meu amor

é que a poesia

também se pode comer

Luiza Caetano