O amor

O amor

(Belchior Contins)

O amor é belo

Mas vem e cega, enlouquece

Vem, nos distrai, enrola e cresce

Tira o sono da gente, pobre amor

È um tudo tem graça, não se esquece.

Pra tudo risos, juras, lealdade

Nos corações ateia fogo

Fogo doentio, e adoece

Incita, excita, causa vergonha, desavergonha,

Cega, engana, é bondade, é maldade.

“Amor”, extremo da vida

È prazer divinal, ciúme teatral

Dia se é bonança, noutra tempestade

Amor devora é mortal, é chaga, ferida aberta

Causa o choro, afaga, acaricia, humilha.

O amor é procura constante

Às vezes perto, às vezes distante

Ilude-nos, trás felicidade

Envolve-nos como forca sufocante

Depois vai, some e só fica saudade.

Belchior Contins
Enviado por Belchior Contins em 09/01/2007
Código do texto: T341187