EXPURGO

Eu sou a testemunha muda

Dos crimes que cometeu meu coração

E das verdades decifradas...

Eu sou a minha própria ajuda

Pras noites longas de loucura

Que a solidão teima em promover...

E não é só o tempo que passa

Nem o sol que um dia não nasça

É apenas falta de vinho na taça

Ausência de bala pra caça

E a falta da outra asa...

Eu sou o expurgo cego

Das sentinelas do meu céu em chamas

E dos pecados perdoados...

Eu sou a alegria do melhor amigo

Dos nossos beijos roubados

E da minha própria fé...