Pensar em você
Algumas coisas são difíceis de entender.
Destas, de tanto tentar entender nos acostumados a ter uma vil suspeita.
Pensar no infinito do céu, na existência dos planetas,
Pensar em nossos instintos, anseios e desejos.
Eu, todavia, centralizo meu pensamento no impalpável,
Naquele que, por pensar-mos demais, transpõe os séculos,
Como uma leve folha que cai chamando a frieza do inverno cinza
Que também detém seu incompreensível segredo.
Pensar em você faz suprimir todas as desconfianças.
Pensar em você, e entender que sem você,
É ter uma vil suspeita da MINHA existência
E fazer ignóbil meus instintos, anseios e desejos.
Pensar em você faz do amor algo palpável, se não,
O que lateja dentro do meu peito quando penso em você?
Pensar em você é dar brilho e cor ao inverno cinza
E entender que os séculos não sucumbirão da minha memória a
Sua formosa imagem