A espiral do amor

De repente, descobrimo-nos estranhos,

sombras do que significamos um ao outro,

resto da vida que vivemos e vivenciamos.

E tudo foi num crescendo, crescendo...

E hoje, não éramos tudo o que tínhamos sido,

aquele amor eterno desvaneceu-se, acabou.

Simplesmente, rompeu-se o circulo mágico,

o mesmo que o continha, enredava e envolvia.

E assim, devolvemo-nos a nós mesmos.

De repente, descobrimo-nos apenas sós,

e somos quase estranhos a nós mesmos,

mas o espectro do outro nos rodeia, enleva

E o círculo vai se fechando, se fechando...

E numa espiral doidivana enclausura-nos,

remete-nos ao fundo de tudo, cerne da alma,

lá onde habita, pulsa e se agita o coração.

E descobrimos atônitos: ainda nos amamos!

De repente... estamos de volta ao começo.