A flor crescida
Era uma flor em botão
Uma rosa para ser mais exato
E se apossou de meu coração
Com simplicidade e com recato.
Depois, a rosa desabrochada
Tornou-se mais bela e majestosa
Fazendo-se cada vez mais amada
Pela inocência do amor desejosa.
Porém, a mão que a fez crescer
Deslumbrou-se com a vida e a feriu
Causando-lhe um grande sofrer
Como nunca antes se viu.
Entretanto, se há dor, há carinho
E cicatrizada foi a ferida
Mas na cicatriz nasceu um espinho
E assim refez-se a vida.
Crescida, a for ficou também forte
Defendendo-se de quem lhe magoa
Traçando seus objetivos e seu norte
E não esperando, pois a vida célere voa.
Hoje, a rosa linda, firme e aberta
É mulher dona de si e apaixonante
Que como nunca antes desperta
Em mim um sentimento fascinante.
Por tudo isso que a quero em meu jardim
Para que juntos façamos um roseiral
De flores rubras, alvas, amarelas e carmim
E que a existência não signifique o final.
Cícero – 02-01-2012