Gênese
 
No princípio na imensidão etérea
As energias viajavam sem curvas
Nas sem início ou fim estradas turvas
Comendo espaços com bebida aérea
Sem os duros obstáculos da matéria.
Eram brilhosas flores no jardim profundo
Não havia infelicidade no sem-fundo
Apenas essa maravilhosa Ordem
Que embora os micro olhos não concordem
Em forma de caos era ordenado o mundo

Não havia machos nem havia fêmeas
Fortes e sensíveis por multipolares
Viajavam em feixes unidas aos pares
Jamais procurando suas ondas gêmeas
Para amor narcisista na cósmica boêmia.
Todas se igualavam não havia incauta
Que se impusesse em freqüência mais alta
Induzindo às outras a se anularem
Para dentro delas nunca mais vibrarem
Em nome de amores com amor em falta

Não só com beijos de bocas de atores
Nem abraço de braços curtos limitado
Como dois “presentes” no futuro sem passado
Sem conquista domínio ou conquistadores
Com todas extensões dando-se aos amores
E por mais profundo que fosse o abismo
Riam-se do “tudo” amando-se em paralelismo
Cada uma se mantendo plenamente inteira
Na aceitação e no perfeito amor sem fronteira
No que de “nada “ só o tempo a forma e o egoísmo.

As energias é que fazem o amar ser louco
A mais maravilhosa e doce das loucuras
Que não precisa de retorno nem de juras
É dívida que se paga sem esperar o troco
É bem que só faz mal quando for pouco
Dor que só não dói quando não for
Medo que sendo de perda torna-se pavor
Ausência que dá felicidade por memória
Batalha em que só vence e vive a glória
O perdedor que se entrega ao seu amor.

 
Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 19/01/2012
Reeditado em 25/12/2015
Código do texto: T3450542
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