Anjo sem asas

Meu coração está partido

E olhando para ele

Não vejo parte boa...

Hoje foi um dia perdido

Em que minha alma vagou à toa

Eu ouvi um anjo falar

Eu ouvi sem entender

Disse-me que tinha amor

Mas não me disse o que

Isso queria dizer

Tornou mais escura

Minha madrugada

Suas palavras sem explicação

Mas era um anjo que me falava

Roubava toda minha atenção

Eu o encontrei no meio

Da estrada

Eu ia, ele veio por traz

E me tocou com a mão

E falou comigo meio estranho,

Era o anjo da contradição...

Era o anjo da contradição

Eu não vi suas asas

Mas seus olhos de absolvição

Tornaram os meus mais claros

E começamos uma conversação

Que se intermediava de silêncios

Mas que por vezes palavras

Sentimentais me davam consolação...

Eu já não cria em algo assim

E vagava pelo mundo

Carregado de dor

A dor de ser sozinho

A dor de não poder entregar

O meu amor

Mas tudo, como mágica,

Pareceu-me possível

Ao falar com aquele anjo,

Uma Flor...

No entanto flores têm espinhos

E quando, numa sensação.

Quase silenciosa

Tive a chance de lhe falar sozinho

Ela me veio tenebrosa

E disse que não me podia dar

O seu carinho...

Ficamos horas em silencio

Eu a riscar o chão

A mostrar possíveis caminhos

Ela a observá-los

E a me ferir com seus espinhos...

Em fim chegou a hora morta

A hora de mortal desalinho,

Abri os olhos, era um sonho,

Um sonho que sonhei sozinho.

E dele apenas a lembrança

A me fazer sentir triste

E torna calado ao meu caminho...

Se pudera mais uma vez falar

Eu não queria

Anjo sem asas,

Anjo que não sabe voar,

Anjo que me fez cair,

Anjo que nao sabe sonhar,

Pois temo que as minhas palavras

Não só a mim

Mas principalmente a ti,

Possam machucar...

Adeus, adeus, e adeus...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 13/01/2007
Reeditado em 12/10/2022
Código do texto: T345552
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