SNIFF I,II e III

Hoje estou aqui sozinha

Curtindo um tédio sem fim

Mas a culpa é toda minha

Penso em quem não pensa em mim.

E nem tenho inspiração

Para escrever um versinho

De bruços sobre o colchão

Sob o efeito do vinho

Tudo o que desejo então

É esquecer o Toninho

Que roubou meu coração

E seguiu outro caminho.

ANJA PERALTA

O Toninho serei eu?

Ou será algum xará

Eu também já fui teu

Por certo se lembrará

Pintei toda sua casa

Arrumei o seu telhado

Quando chove já não vaza

O quarto não mais molhado.

A luz agora é progresso

Turbinei até a descarga

Parede da sala com gesso

Já fui seu burro de carga!

Tomei um pé nos fundilhos

Por causa de um Bigodão

Que abandonou os filhos

Um tremendo safadão!

Mas o que hei de fazer

Assim foi você quem quis

Se você gosta de sofrer

Eu aplaudo e peço bis!!!

TONY

Ai que bom que desta vez

Funcionou telepatia

Sorridente a minha tez

Te agradeço noite e dia.

Confesso que fiz besteira

Quando te deixei partir.

Devia te amar na esteira

Meu amor admitir.

Mas você já bem conhece

Essa ANJA paspalhona

Que sofrer bem que merece

Por ser tola e tão turrona.

Se há um jeito, por favor

Volte e venha pro meu lado

Mesmo sem casório, amor

Meu futuro é assegurado.

Bigodão já deu no pé

E aqui não voltará

Se quiseres cafuné

Passe em casa para um chá.

ANJA PERALTA

Vou terminar uma reforma

Quarto e sala conjugado

Também vou entrar em forma

Pra ser bem aproveitado

O salário não é pouco

O que mata é malgastar

Como andava muito solto

Malgastei no lupanar

Pra você sentir orgulho

Agora vou me emendar

Não dirão "mais que bagulho"

Essa Anja foi arrumar

Juro que aprendi a ler

Foi num tal de Telecurso

Também já sei escrever

Tenho agora mil recursos

Mandei fazer um terninho

Com meu primo que é alfaiate

Não vou à Missa sozinho

Não falo mais disparate!

TONY

Ai ai ai que grande paz

Essa notícia traria

Mas nosso encontro, rapaz

Bem podia ser de orgia.

Você vai ler poesias?

E ser um homem decente?

Confessar, eu vou, não rias

Pisas, rabo de serpente.

Mas quem disse que eu queria

Que te fizesse um mané?

Bigodão tomava pinga

E você toma café.

O teu jeito ficou bom

Para alguma patricinha

Mas confesso, me amarrava

Tua fama de galinha.

Não adianta academia

Nem achar que assim me agrada

Se foi na poligamia

Que por ti fiquei gamada.

Nunca mude o teu jeitão

Inzoneiro e zen c´a vida

Que eu te dou meu coração

Sem adeus, nem despedida!

ANJA PERALTA

Eu nunca vou entender

-É bom que isso fique dito-

A cabeça da Mulher:

Eita bicho esquisito!!!

Se arruma um bem querer

Que lhe ponha aos pés o mundo

Ela não quer nem saber

Corre atrás do vagabundo!

Se arruma um cafajeste

Chora, sofre, fica triste

Se some o cabra da peste

Diz que sem ele não existe!

Por isso serei eu mesmo

Desse meu jeito peculiar

Cachacinha com torresmo

Sem Champanhe ou caviar!

TONY

É isso aí meu benzinho

Não precisa mudar nada

- Eu te adoro, meu "tanquinho"!-

Só por ti sou amarrada.

Eu confesso que sonhei

Com algum almofadinha

Mas eu sei que me enganei

São babacas e florzinhas.

Como vou poder trocar

Seu jeitão assim de macho

Por um gajo de além-mar

Que queima o doce no tacho?

Confesso, vou sossegar

Com seu beijo e seu abraço

Nunca mais vou te deixar

O resto mando pro espaço.

Nunca se desfaça o laço

Que entre nós, celebrado.

Bolso cheio ou olho baço

Permaneço do seu lado.

ANJA PERALTA

ANJA PERALTA e TONY
Enviado por ANJA PERALTA em 28/01/2012
Reeditado em 02/02/2012
Código do texto: T3467561
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