Como eu queria...

Como eu queria te olhar...

Como eu queria te abraçar...

Como eu queria te cheirar...

Como eu queria te beijar...

Como eu queria te tocar, te morder, te pegar...

Como eu queria te amar...

Como eu queria em teu corpo me perder...

Como eu queria afogar-me em teus beijos.

Como eu queria morrer de desejos teus,

desfalecer, viver...!

Como eu queria agarrar-me a você,

e não me desprender mais, nunca mais!

Como eu queria desenhar os traços do teu corpo

tendo você como meu modelo...

Como eu queria te tocar com minhas mãos,

e descansar meus olhos, que cansados estão

de tanto te tocar a distância...

Como eu queria caminhar na praia com você,

e juntos acordarmos o sol...

Como eu queria ser ungida com teus beijos...

Como eu queria adormecer em teus braços

E sob teus desejos ser desperta...

Como eu queria sentir o teu calor,

esse calor que me acende a pele e todo o cansaço devora.

Como eu queria sentir tuas mãos, essas mãos abrasadoras,

que me acorda das cinzas, incendeia-me; me deflora!

Como eu queria... como eu queria, só mais uma vez,

Só mais uma vez perder-me em você, e em mim te encontrar.

E juntos, nos perdermos no ópio d’alma, matando essa triste saudade!

Que me faz morrer a cada dia, longe dos olhos teus.

Ah, como eu queria poder, mais uma vez perder-me em você,

e nesse perder-se se perder-se de vez!

Edna Maria Pessoa.

Natal-RN, domingo, 29 de janeiro de 2012.