Última Vez
Não tenho bola de cristal
Nem sou vidente
Não sou adivinho
Nem o é o meu vizinho
Sou filho do Divino
Mas não sou Deus
Nem hebreu, nem fariseu
Não possuo ás de copa
Nem varinha de condão
Como vou saber então
Quando à minha porta baterão ?
Eu só sei que não sei
Quando será a última vez
Que poderei te falar
Dos meus sentimentos nobres
Feitos de ouro e cobre
Também de ferro corroído
Como linho de algodão
Tal qual de fio puído
Quando será a última vez
Que olharei nos teus olhos
Te darei um abraço fraterno
Rabiscar uma frase romântica
Na última folha do caderno
Não há domínio da vida
Vida está sempre por um fio
Ainda que não se desconfie
A vida é caminho em desalinho
Trilha em lâmina de navalha
Talho repentino a luz se apaga!
É uma chama efêmera
Cujo pavio de morrão
Se acha que se tem na mão
É a certeza da ilusão!!!
Não deixarei a ocasião partir
Sem falar pra ti
Tudo que precisas ouvir
Não vou esperar a última vez
Que não se passe de talvez
Talvez que não marca hora
Por isso te digo agora
Antes do clarim se calar
O que te falei nesses anos
Entre as flores que plantamos
Que EU TE AMO!
Como amei todos esses anos
Em que o amor se fez
Quando(?) da última vez