Tua loucura, minha droga
Dizer que o que eu sinto não sei definir poderia ser clichê,
na tentativa eu diria que és como uma droga pra mim.
Estaria eu sendo clichê novamente?
Num diagrama: tensão-angústia-contato-nervosismo-calma-clareza-inspiração-satisfação.
Eu não posso dizer que é amor,
tampouco que é paixão
Apenas sinto com um aperto no coração.
E sim, sou clichê e o que me diz você?
Esperar que o tempo, este velho sábio,
se encarregue de varrer e soprar pra longe,
que num lugar seguro, deposite a poeira da saudade.
Esperar que minhas atitudes não venham me denunciar,
que cada parte do ano não me maltrate tanto,
cada vez menos a cada tempo.
E no fim apenas esperar.
E saber que no começo foi pior,
que agora estou melhor, melhor que minhas rimas.
A dor que hoje eu sinto é real,
sem armadilhas da carne, sem armadilhas da fantasia.
Apenas lucidez, uma louca lucidez.
Que me lembra de me afastar não somente da sua loucura
que é minha droga, mas da loucura de te ter perto.
Da loucura de saber e de não saber,
de não querer saber e de não provar teu beijo.
De não cair em overdose, apenas provar da droga
da tua voz pra manter meu centro no centro.