DO AMOR
Surge
Assim como o vento gélido
De uma manhã de outono
Que resvala no rosto da moça,
E beija os lábios do moço
Surge
Assim como o sol
Que todos os dias nasce,
E mesmo que esteja sob as nuvens
Aquece o coração de quem padece
Surge
Assim como um raio
Que cai sobre a terra úmida
E traz consigo
O barulho de todos os trovões
Surge
Assim como o nada
Que de tão vazio
Preenche o que antes
Estava cheio
Surge
Assim como a flor
Que desabrocha
E, reluzente por si só,
Encanta os olhos mais sensíveis
Surge
Assim como ela
Que encanta o poeta
Que o faz perder a rima
E o faz encontrar a vida
Surge, apenas surge...
São Paulo, mas com a cabeça em BH, na metade do primeiro mês do primeiro ano de muitos...