QUATRO VEZES ROMÃNTICO

I

NO CHÃO DELICADO.

FIZEMOS AMOR.

PLANTAMOS UMA FLOR.

SE VINGOU ? NÃO SEI.

DEIXA O TEMPO RESPONDER....

SE O AMOR PERGUNTAR...

SE MORRO POR TI, DIGO QUE SIM.

JÁ VENHO MORRENDO...

SE O AMOR PERGUNTAR ...

SE MORRES POR MIM....

POR FAVOR, MINTAS!

FICA UM POUCO CORADA...

DISFARÇA...

II

CAI NO VIDRO DO TEU PERFUME.

CONTINENTES NADEI.

TU , INCOLÚME, AOS CARINHOS MEUS.

ABRI MEUS BRAÇOS.

PROCUREI CHÃO , NÃO HAVIA.

ESCORREGAVA NAS PAREDES DE VIDRO.

SUCUMBIA ANTE TEU GELO.

RESSUREIÇÃO, NOVAMENTE AGONIA.

EU TE QUERIA, EU TE SENTIA.

EU ME AFOGAVA, FELIZ.

IMAGINAVA NO VIDRO DO TEU PERFUME.

A DELICIA DA TUA PELE

A ROSA COBERTA DE NEVE.

EU MORRIA...

NO VIDRO DO TEU PERFUME...

HAVIA TANTO DO TEU MUNDO.....

NÃO HAVIA NADA DE VOCÊ !

III

MEU CORAÇÃO....

ESTÁ MUITO MACHUCADO.

COMO FRUTA DE FEIRA.

QUE NINGUÉM DESEJA LEVAR PARA CASA.

COMO DISCO DE VINIL...

QUE TANTO SE OUVIA ...TANTO.

HOJE NINGUÉM MAIS FALA.

COMO OS POMBOS DA PRAÇA...

QUE ONTEM ENCANTAVAM TANTO.

HOJE SÃO DESPREZADOS.

MAS ELE AINDA BATE FORTE...

FAZ POESIA PARA O SOL.

PARA A VIDA.

NUNCA IRÁ SE ARREPENDER....

DO TANTO QUE AMOU VOCE....

IV

A PORTA FECHOU-SE.

TENTEI ABRI-LA. NÃO CONSEGUI.

EMPURREI PELA FECHADURA.

FLORES E POESIAS.

AINDA ASSIM....

ELA NÃO ABRIU-SE.

MIL ANOS PASSARAM-SE.

A PORTA DILUIU-SE.

O TEMPO CRIOU UM PORTAL DE LUZ.

O MEU CORAÇÃO SORRIU...

POR ELE, VOCE PASSSOU...

VOCE VOLTOU....

NÃO ME RECONHECEU....

MAURICIO DE AZEVEDO

PEQUENA JANELA PARA UMA RAZÃO POÉTICA