Cordas aos Ventos

Um frio macabro envolve meu corpo

E no silêncio da madrugada rasga-se a mortalha,

Meu sangue é vida, leite que não se talha,

Por isso relampejo amor e não estou morto!

Com as batidas do coração uma estrela flutua

À cata do remanso oásis escondido no ventre,

Embora perdida numa imensidão nebulosa e cadente,

Despe-se de seu manto e desfila airosa e nua!

Com a força dos ventos despenca na escuridão

E cai sonolenta nos matagais de doce coração

Que dorme ressabiado na noite de chuva...

Envolto no tétrico devaneio que o desperta alhures,

Vê-se massageado por um brilho opaco carente de luzes,

Mas que inunda de amor seus batimentos na madrugada turva!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 11/02/2012
Código do texto: T3493650
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