Posso e vou falar

Posso falar de mim, de tudo que tem em mim.

Posso falar da minha pele macia a esperar por tuas mãos.

Posso falar da minha boca saudosa de ti.

Boca acostumada a te receber, a te acariciar.

Posso falar dos meus seios, em busca do teu calor.

Seios acostumados a sentir tua pele, teus lábios.

Posso falar do meu desejo, do meu querer, do meu ter.

Desejo de querer te ter sempre, o tempo todo, sem folga.

Posso e devo falar das nossas longas conversas e risos,

Conversas sem tempo de terminar

E que deixavam saudades quando o tempo nos obrigava a findar.

Posso e devo falar do meu prazer simplesmente em te ter, em estar contigo, em ficar contigo.

Posso até mesmo recordar o teu calor, o teu sabor e na recordação, molhar-me em saudade.

Posso mesmo, e quero sempre poder, falar e falar.

Posso, e devo gritar, em total liberdade de expressão, o amor que de mim existe e em ti procura um olhar.

Posso e vou declarar o meu sentir,

O meu querer.

Querer que queima meu coração

E arde minha pele.

Minha voz te chama,

Meus lábios te procuram,

Meu cheiro quer se misturar nas paredes do nosso espaço

Longe, bem longe, lá no fim do mundo.

Meu falar é de saudade e para a saudade.

O coração que aqui bate

Tem em cada lento compasso a te chamar, a te buscar.

Posso e devo declarar o que a pele nua da alma reclama,

O que o corpo em febre de amor busca.

Posso de tudo contigo fazer,

mas não posso fazer do meu querer o encontro que tanto quero de novo contigo ter.