Rosa Maria

O Rosa Maria dos olhos tão verdes,

quem dera eu pudesse outra vez de ver.

Quem dera, Rosinha, do pé da roseira

colher uma rosa e te oferecer.

Quem dera na fonte co'a fronte estendida,

teus doces carinhos outra vez sentir.

Quem dera de novo, na manhã serena.

Ver teus lábios rubros para mim, sorrir.

Quem dera no riacho de água tão calma

com toda minh'alma te embalar em sonhos.

Quem dera eu pudesse sob o ipê florido,

beijar novamente teus lábios risonhos.

Quem dera no campo no tempo do outono

os frutos silvestres contigo colher.

quem dera os destinos para nós traçados,

tivessem deixado contigo contigo viver.

Quem dera os suspiros que agora exalo

pudessem em meu ser apagar tua imagem,

ou se em loucura, a tua procura,

sair neste instante eu tivesse coragem.

Perdoe-me Rosinha, não sei se mereço,

ou se te profano ao te recordar.

Talvez para ti já esteja esquecido

e quem sabe um dia não vou te lembrar.