TEMPO

T E M P O

O tempo corrói

as malhas

dos sentimentos

em longes crucificados

domesticados e virgens

como masoquistas monges

em preces como navalhas

tocam sinos, tocam harpas

espadas ensanguentadas

doloridas como farpas

ou conquistas amarguradas

lá no alto das muralhas

O tempo corrói o tempo

nada fica como dantes

no coração autoflagelado

do templo dos amantes.

Luiza Caetano